Ano Letivo de 2008/09
O desenvolvimento do Plano Nacional de Leitura contribuiu para um reforço da dinamização das várias atividades relacionadas com a leitura, dentro e fora da sala de aula, e com particular destaque para a valorização da biblioteca, enquanto espaço de leitura, ao traduzir-se num crescente gosto pela mesma.
De entre os aspetos mais positivos, que o PNL propiciou, nesta comunidade educativa, destaque-se: o registo do aumento da sensibilidade para leitura; a perceção, por parte dos alunos, de que as atividades relacionadas com a leitura fazem cada vez mais parte da agenda cultural da escola, ou seja, do seu Plano de Atividades; a constatação da implementação de atividades relativas à leitura, que podem ter visibilidade a nível distrital e nacional; e ainda, a transversalidade que a leitura apresenta, de uma forma constante, em quase todas áreas curriculares e extracurriculares.
Como principais atividades desenvolvidas, ao longo do ano letivo 2008/09, e seguindo a ordem cronológica, refira-se:
- a concretização da “Maratona da Leitura”, atividade desenvolvida entre os dias 13 e 17 do mês de novembro, em parceria com o Grupo LP3, alargada a todas as turmas do 3º ciclo, que se deslocaram à biblioteca, durante um bloco de 90 minutos, para realizarem um exercício de leitura individual, com a duração de 70 minutos, em obras previamente escolhidas pelos professores, ficando os últimos 10 minutos destinados ao preenchimento de uma ficha de leitura, a partir da qual se obtiveram os resultados estatísticos e o estudo realizados em 2011/12. Concluindo, sobre esta atividade, considerou-se a possibilidade de a redefinir, porque a deslocação à biblioteca, para o referido exercício de leitura, não acrescentava qualquer vantagem, nem a quantidade de páginas lidas, no supracitado intervalo de tempo, eram sinónimo de proveito, muito menos de qualidade de leitura.
- a segunda atividade, de responsabilidade mais restrita do PNL, foi a concretização do Concurso Nacional de Leitura, que decorreu ao longo do 1º período, destinado aos alunos do 3º ciclo, tendo culminado com a final, desta primeira fase, a 16 de dezembro, na Biblioteca, contando com a presença significativa de encarregados de educação, alunos, professores e outros convidados, particularmente os patrocinadores, como o presidente da ACIT, que contribuiu com 150 euros para o prémio principal; o presidente da Junta de Freguesia de Caldas das Taipas, que agraciou todos os concorrentes com uma “Monografia de Caldas das Taipas”; o presidente do Conselho Executivo, entretanto designado Diretor, que distinguiu todos os finalistas com uma medalha e um exemplar do livro “Reino do Silêncio”, do escritor convidado, para a apresentação do mesmo, Pedro Soromenho Rocha. Todos os finalistas receberam um Certificado de Participação assinado pelo presidente do AET e pelo coordenador do PNL. Mais tarde foi-lhes entregue outro certificado enviado pela coordenação nacional do PNL. Em retrospetiva, refira-se que esta atividade se desenvolveu em três etapas: a primeira, iniciou-se ainda no contexto das turmas, dentro das quais, os respetivos professores selecionaram dois representantes, segundo as orientações sugeridas pelo coordenador do PNL. A segunda etapa, concretizou-se com a elaboração de uma prova escrita, com o peso de 50% sobre a leitura de duas obras, à escolha dos concorrentes, de entre as cinco sugeridas pelo coordenador. A terceira etapa, atrás designada de Final, materializou-se numa prova de leitura, apresentada por cada concorrente, perante o público e o Júri, este constituído por cinco jurados, dos quais, quatro eram professores de Língua Portuguesa e o restante elemento era o representante da Associação de Pais. Os resultados da prova escrita só foram divulgados, no momento imediatamente posterior ao da divulgação da pontuação do Júri, sobre a prova de leitura, obtendo-se, deste modo, e perante a audiência, os resultados parciais e, simultaneamente, a classificação final. O CNL teve ainda continuidade, ao longo do 2º período, com a preparação e participação das nossas três representantes, na fase distrital, que decorreu, a 4 de abril, as quais obtiveram Menções Honrosas, respetivos diplomas de participação e pequenos brindes. Esta atividade registou uma heteroavaliação de nível quatro ponto sete e uma autoavaliação, igualmente, de nível quatro ponto sete. Concluindo, sobre esta actividade, considerou-se a intenção de envolver mais professores, particularmente do grupo de LP3, de a alargar ainda mais à comunidade escolar e de reformular o tipo de prova escrita, no sentido de potenciar as competências da escrita e o conhecimento minucioso das obras em causa, como forma incisiva de preparar os concorrentes, para a fase distrital e, eventualmente, para a final a nível nacional.
- A terceira actividade, “A Semana da Leitura”, resultou de uma parceria entre os grupos LP2, LP3, a BECRE e o PNL, contando com a colaboração de alunos, de professores e funcionários desta escola, tendo uma programação alargada a toda a semana de 23 a 27 de março, da qual se destaca a realização de Concursos de Leitura, por anos letivos do 3º ciclo, tendo, todos os concorrentes recebido um Certificado de participação. Esta semana contou ainda com a presença do escritor João Pedro Mésseder, convidado pelo grupo LP2, tendo como destinatários privilegiados, os alunos do 2º ciclo. Este mesmo grupo organizou ainda um programa de leitura, alargado a todas as turmas do 2º ciclo, que consistiu na leitura de obras previamente selecionadas, para serem lidas no início de cada aula. Esta atividade, incluindo o encontro com o escritor, da responsabilidade de LP2, registou o nível cinco ponto zero, tanto na auto como na heteroavaliação. A Semana da Leitura contou também a presença da escritora Maria do Céu Nogueira, convidada por iniciativa da BECRE, tendo, o coordenador do PNL indicado um artigo biográfico recentemente publicado sobre esta escritora. Esta atividade registou uma heteroavaliação de nível quatro ponto três e uma autoavaliação de nível quatro ponto seis. Concluindo, sobre esta atividade, considerou-se a possibilidade de implementar iniciativas mais marcantes e mais envolventes de toda a comunidade escolar.
- A quarta atividade resultou na “Comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor”, tratando-se de uma programação alargada a todo o dia e a todas as turmas desta escola, a qual consistiu na leitura de obras selecionadas, por turma, no caso do 2º ciclo, e por ano, no caso do 3º ciclo, realizando-se no início de cada aula, segundo as orientações sugeridas no respetivo programa. Foi ainda concebido um “Marcador de Leitura”, comemorativo do dia, no qual constam, entre outras informações, frases de autores e outras celebridades, sobre o livro e a leitura. Esta atividade não foi objeto de uma avaliação formalizada, mas considerou-se a possibilidade de a incluir no Plano Anual de Atividades, pelo facto de ter registado uma recetividade muito louvável e proveitosa tanto pelos alunos como pelos professores dos diferentes departamentos.
- Passando a atividades de menor relevo, destaque-se a participação de algumas turmas no Concurso Nacional de blogues/sítios “Inês de Castro”, promovido pela parceria PNL/Quinta das Lágrimas, como iniciativa quer individual quer coletiva, que estimulou alunos e professores à investigação e criatividade, para produção de textos e trabalhos, sobre o romance “Pedro e Inês”.
Para além destas iniciativas, registou-se “lato senso” um crescimento de atividades relacionadas com a leitura, que passo a referir de forma muito breve: declamações e dramatizações de textos, como por exemplo a dramatização da “Velha Miséria”; concretização de concurso SMS; criação de blogues sobre a leitura, e, finalmente, a aquisição de uma quantidade apreciável de obras, para a Biblioteca, particularmente, destinadas aos alunos do 2º ciclo, dando, assim, aplicação aos 1500 euros, que foram atribuídos a esta escola, precisamente com esta mesma finalidade.
Refira-se também a decisão, no domínio dos grupos disciplinares, de se utilizarem 45 minutos letivos e semanais, de forma contígua ou fracionária, para leitura, no âmbito da implementação do PNL.
Cite-se ainda outras atividades, que embora não sendo da coordenação do PNL, desenvolveram-se com uma vertente próxima da leitura, como foi o caso do concurso de “Slogans Ilustrados” e “Textos Narrativos”, no âmbito dos “Jogos Florais”; o Concurso SMS, levado a cabo pelo grupo disciplinar de Língua Portuguesa, do 2º ciclo; e, finalmente, o “Sarau de Poesia”, resultado de uma articulação entre o grupo de História e o departamento de Língua Portuguesa.
Como principais objetivos, em termos futuros, pretende-se: redefinir a “Maratona da Leitura”, como uma atividade a desenvolver em sala de aula, dotando-a de maior produtividade de leitura, aferindo-a com uma ficha mais abrangente, a fim de ser utilizada, novamente, para a elaboração de um estudo sobre “o contributo da leitura para o desenvolvimento das competências dos alunos”; promover um maior envolvimento dos alunos na evolução do Concurso Nacional de Leitura, de forma que, a nível da escola, as semifinais sejam presenciadas e vividas por um número mais alargado de alunos, sendo a final realizada, em horário extraletivo, e estando aberta à Comunidade Escolar; colaborar e inserir, na programação da “Semana da Leitura”, à semelhança do que já aconteceu neste ano, os Concursos de Leitura, por anos de escolaridade: no 7º ano, sobre os “contos populares”; no 8º, sobre o “texto lírico”; e no 9º ano, sobre excertos de episódios de “Os Lusíadas”; convidar, pelo menos, um escritor a visitar a escola e a conferenciar com um número considerável de alunos e professores, com o objetivo de estimular mais interesse pela leitura; adquirir um “corpus” de títulos, se possível, relacionado com as unidades temáticas do programa de cada ano de escolaridade; optimizar a disciplina/projeto PNL criada na plataforma Moodle, enriquecendo-a com mais conteúdos e abrindo-a ao diálogo de um grupo de destinatários, que “grosso modo” corresponda ao grupo docente desta escola. Sugeriu-se ainda o convite ao escritor Pedro Soromenho Rocha, para a apresentação do seu último livro, sobre D. Afonso Henriques, a inserir numa atividade de articulação entre o PNL, a BECRE, o grupo de História e o de Educação Visual, no âmbito das comemorações dos novecentos anos sobre o nascimento deste monarca.
Por fim, pode concluir-se que as atividades relacionadas com a leitura não se esgotaram na implementação do PNL, nem na concretização do Concurso Nacional de Leitura, mas que estes trouxeram um reforço apreciável no gosto pela leitura e na aquisição de obras literárias.
A Maratona da Leitura 08 decorreu entre os dias 13 e 17 de outubro, tendo, todas as turmas do 3º ciclo, passado pela biblioteca da escola, para efetuar um exercício de leitura. Neste ano, a Maratona decorreu com a mesma normalidade do ano anterior, notando-se um crescimento, em termos de gosto e rigor pela leitura, evidente na postura mais serena, fruto da ambientação, que esta atividade vai proporcionando. Algumas alterações foram introduzidas, em relação ao ano passado, como por exemplo: a escolha dos livros ficou circunscrita a apenas duas obras, com treze exemplares cada, a fim de não se registar tanta indecisão, por parte dos alunos, no momento da escolha da obra para ler. Por outro lado, teve-se o cuidado de escolher obras que apresentassem um formato de texto semelhante, para que não se registasse grande discrepância no registo de páginas lidas, por cada aluno.
Em termos estatísticos, foram lidas, no somatório das turmas, 15.245 páginas, o que representa uma média de 720 páginas lidas, por turma, resultando numa média aproximada de 22 páginas lidas, por aluno, durante os 70 minutos reservados para o exercício de leitura. Para melhor compreensão, refira-se que estes valores demonstram que, também em valores médios, cada aluno leu uma página, por cada três minutos de leitura.
Os restantes 20 minutos, que completavam o bloco de aula de 90 minutos, foram utilizados da seguinte forma: antes do momento de leitura, gastaram-se dez minutos, para ambientação e escolha da obra a ler; depois da leitura, utilizaram-se os restantes dez minutos, para preenchimento de uma ficha de leitura, que incluía a redacção de um pequeno resumo da parte da obra lida.
Acrescente-se ainda que o desempenho dos alunos e das turmas varia de tal forma, pois há alunos que não chegam a ler um quinto de alguns colegas; por outro lado há turmas que não atingem metade das páginas lidas por outras do mesmo nível de ensino e equivalente número de alunos.
Numa confrontação direta entre a produtividade das turmas, neste exercício de leitura, e os resultados obtidos em Língua Portuguesa e Matemática, no final do primeiro período, verifica-se que há uma correspondência inversamente paralela, na medida em que, as turmas, que alcançaram o maior número de páginas lidas, são aquelas que registaram o menor número de níveis inferiores a três, nas duas disciplinas referidas.
Assim, apresentando um exemplo bem elucidativo, refira-se a turma do 9ºB, que atingiu um total de 1.419 páginas lidas, para um registo de três níveis inferiores a três, a Língua Portuguesa, e cinco a Matemática. Por seu lado, o 9ºC atingiu 799 páginas lidas, para um registo de oito níveis inferiores a três, a Língua Portuguesa, e treze, a Matemática, tendo, estas turmas, um número idêntico de alunos.
Para uma observação mais abrangente, junta-se um gráfico, no qual se confrontam estes valores, em todas as turmas do 3º ciclo.
Numa observação minuciosa, verifica-se que, nas turmas do 7º ano, há uma proporcionalidade média entre a produtividade na leitura e o rendimento nas disciplinas de LP e MAT. Porém, no 8º ano, constatou-se que o número de negativas em LP e MAT descia, enquanto o nível médio da leitura subia ligeiramente, à exceção do 8ºD, que era um caso isolado. Quanto ao 9ºano, registou-se uma fragmentação: as turmas A e B mostraram, notoriamente, que havia uma certa correspondência entre a elevada produtividade na leitura e o bom rendimento em LP e MAT; as restantes três turmas evidenciaram uma correspondência, mas dentro de valores de menor produtividade.
Em conclusão, confirmou-se a ideia de que havia, grosso modo, uma correlação entre a produtividade na leitura e o rendimento nas disciplinas, isto é, quando subia a produtividade na leitura também subia o rendimento nos resultados das disciplinas.