Raul Brandão - pré-fabricados

Escola Preparatória Raul Brandão

As classes, nos pré-fabricados, tinham entre 22 a 24 alunos e eram mistas.

O ciclo preparatório era constituído por dois anos e as classes eram numeradas, por exemplo: 1º5ª, 2º1ª. O mobiliário era escasso. As mesas eram duplas e nas paredes não havia nada, a não ser o quadro negro a giz. Aliás, uma das paredes era completamente envidraçada. A escola funcionava em regime de desdobramento com os alunos a terem aulas num só turno. Cada aula durava 50 minutos com intervalos de 10 minutos.

O ensino era marcadamente expositivo e os alunos eram avaliados por dois testes trimestrais, que eram feitos a stencil e policopiados. O stencil era datilografado nas máquinas de escrever a que se retirava a fita, para que as letras pudessem esburacar o stencil. Havia ainda o stencil a álcool que também permitia fazer cópias de trabalhos e fichas escritas à mão pelos professores. Os alunos faziam fichas de trabalho e realizavam bastantes TPC. Os trabalhos eram apresentados manuscritos ou em cartolinas ilustradas pelos alunos. Só muito depois apareceram as fotocopiadoras e as máquinas de policopiar industriais.

As aulas de Educação Física eram dadas numa das salas dos pré-fabricados ou ao ar livre. Privilegiavam a ginástica com exercícios de descontração, exercícios respiratórios, exercícios no solo e nos aparelhos (plinto, bancos, fasquias, trampolim) em detrimento dos jogos e desportos. O desporto era integrado nas chamadas atividades de complemento curricular. Nas aulas de Educação Física, a farda era branca; para os rapazes, camisola/ camiseta sem mangas e calção; para as raparigas, camisola de meia manga, colotes (calções) com elásticos nas pernas e saia curta. Ambos utilizavam sapatilhas lisas e leves, apertadas com um elástico por cima do pé. Ainda a escola preparatória se encontrava aqui, nestas instalações, quando, após o 25 de abril, a educação física passou a incluir uma maior componente desportiva e a "farda" deixou de ser obrigatória, vestindo os alunos da maneira que entendessem para se sentirem confortáveis.

Cada classe tinha o chefe de turma e havia os chefes de disciplina, no recreio, que usavam braçadeira. Ninguém calcava os passeios de relva.

Havia algumas festas (desfiles de Carnaval e festas de fim de ano) e havia os passeios escolares, o primeiro dos quais foi a S. Jacinto, à Torreira.

O professor de Moral era o pároco da freguesia Padre Manuel Joaquim de Sousa que muito fez para conseguir a criação de um ciclo na vila.

Nesta altura, até 89, faziam parte do currículo do aluno, as disciplinas:

Segundo depoimento recolhido, o 25 de abril de 1974, na escola, foi um dia muito tranquilo e viveu-se um ambiente muito sereno. Esta escola tinha um funcionamento muito especial, havendo uma grande ligação entre alunos e professores e uma grande liberdade e respeito.