Síntese corográfica das freguesias da Escola Básica das Taipas

27-05-2013 12:12

 

 O Agrupamento insere-se numa área aproximada de 24km2 com cerca de treze mil habitantes (Census 2011) constituída por seis freguesias: Caldelas, Sande (S.Martinho), Sande (S.Lourenço), Sande (S.Clemente), Balazar, Longos Sta Cristina. 

 Uma breve descrição das freguesias onde se localizam os estabelecimentos de educação/ensino que compõem o agrupamento ajudará, de algum modo, a desenvolver as iniciativas locais mais apropriadas tendo em vista os objetivos do Projeto Educativo. 
 Como advento da era industrial, esta região, essencialmente agrícola, tornou-se importante pelas suas cutelarias, embora o seu núcleo central – a vila das Caldas das Taipas – se tivesse desenvolvido tendo em conta outros dois fatores importantes: o comércio e os emigrantes, designadamente os brasileiros no início do século XX. A comprovar tal, temos bastantes casas brasileiras ou abrasileiradas. De acordo com a informação recolhida, a maioria da população desenvolve atividade no setor secundário, seguindo-se o setor terciário, registando-se uma franja residual no setor primário. No entanto, convém não esquecer que uma percentagem da população que, primordialmente, se encontra ligada ao setor secundário, dedica uma boa parte do seu tempo ao cultivo da sua horta. 
- Balazar 
 O documento mais antigo conhecido onde é referida esta freguesia remonta a uma carta de venda datada de 1195. Nas Inquirições de D. Afonso II – Inquiritiones Regis D. Afonsi II - (1220) encontra-se referência a Balazar como Sancto Salvatore de Belsare et de Sancta Maria de Pausada. Nas Inquirições de 1258 a igreja desta freguesia aparece como Ecclesia Sancti Salvatoris de Belsar. 
 Orago: S. Salvador. 
 A parte urbana da freguesia está situada no vale formado pelas montanhas da Santa Marta (602 metros de 
altitude) a Norte e Nordeste e de Outinho a Sul (495 metros de altitude). 
 As duas vias rodoviárias mais importantes da freguesia são a Estrada Nacional 101 e a Estrada Municipal 585-1. 
 Dado o número reduzido de alunos (menos de 21) a EB1/JI de Balazar encerrou no ano letivo de 2009/10, mais precisamente em julho de 2010. 
Caldelas 
 O documento mais antigo conhecido onde é referida esta freguesia aparece no Inventário de 1059. 
 Esta localidade já era povoada no tempo dos romanos; ruínas o atestavam e inscrições o confirmam. As ruínas desapareceram na segunda metade do século XIX, por ação da Câmara Municipal de Guimarães, para dar origem aos hoje conhecidos por Banhos Velhos, embora também estes, no presente, estejam em ruína. As inscrições, felizmente, ainda existem na Ara de Trajano, também conhecido localmente pelo Penedo da Moura. De registar que as termas romanas caíram em ruínas em data desconhecida e desapareceram soterradas. 
Contudo, as águas termais continuaram a emergir à superfície do solo e, no século XVII, os seus poderes curativos que vinham a ser usados pelo povo chamaram a atenção dum monge carmelita - Frei Cristóvão dos Reis - que lhes deu publicidade numa obra que escreveu em 1753. 
 Orago: S. Tomé. 
 Esta freguesia foi elevada a vila a 19 de junho de 1940 sob o nome de Caldas das Taipas, tendo sido de 
primordial importância para esta “promoção” as termas que tiveram um período áureo desde os finais do século XIX até aos anos cinquenta do século XX. De referir que, entre outros, houve dois grandes escritores que aqui passaram longas temporadas: Camilo Castelo Branco e Ferreira de Castro. O primeiro como aquista, o segundo procurando repouso. 
 O rio Ave banha a freguesia fazendo fronteira com a freguesia de Ponte. Lamentavelmente, o atual nível de 
poluição impede que seja a “praia de Guimarães”, como já foram chamadas as suas margens, quando era possível as pessoas passarem as quentes tardes de verão banhando-se nas águas cristalinas do Ave ou repousando sob a sombra das frondosas árvores do parque. 
 Há ainda a registar outros dois cursos de água que desaguam no rio Ave: a Ribeira da Canhota, bem conhecida pelos transtornos que, ciclicamente, causava na zona das termas, e o Rio de Agrela que separa Caldelas da freguesia de Barco. 
Sendo uma povoação ribeirinha, não há grandes altitudes a registar. A vila de Caldas das Taipas vai dos 112 
metros de altitude, junto ao rio Ave, até aos 179 metros registados no Pedraído. 
 A vila engalana-se nos finais de junho para celebrar o S. Pedro (Festas da Vila) e em agosto, para, na igreja de S. Tomé (Igreja Velha), fazer a festa a Sto Ovídeo. 
No aspeto viário, esta freguesia é uma encruzilhada: a Estrada Nacional 101, de Norte para Sul, liga o rio Minho (Valença) ao rio Douro (Mesão Frio) e a Estrada Nacional 310, de Este para Oeste, liga a Póvoa de Lanhoso a Rebordões (Sto Tirso). 
 Instituições: Bombeiros, C. Caçadores, CART, Escuteiros, C.Ténis, C.Ténis de Mesa, C. Pesca, Rotary, 
Associação Reflexo, ACIT, MAT, Centro Social (IPSS). 
Longos 
 O documento mais antigo conhecido onde é referida esta freguesia remonta a um testamento pelo qual Pelágio Odoriz e Odorio Menendiz deixam a Santa Maria de Braga e ao Arcebispo D. Maurício uma propriedade na vila de Longos, Agrupamento de Escolas das Taipas sob o monte Spinico (o Monte de Espinho), havendo nele referência à Igreja de Santa Cristina. Noutro documento de 1161, fala-se na ec. Sancte Chrispine de Longos. Nas Inquirições de 1220 – De Santa Christina de Longos. Nas Inquirições de 1258: Longus. 
 Nesta freguesia, há pavimentações em caminhos antigos que se assemelham muito às antigas estradas romanas. 
Orago: Santa Cristina. 
 Pertencem a esta freguesia a Igreja de Santa Maria Madalena, edificada em 1752, e a Capela de Santa Marta do Leão, situadas no alto do Monte da Santa Marta, monte onde nascem alguns ribeiros que vão desaguar ao rio Ave. 
 As três vias rodoviárias mais importantes da freguesia são: a Estrada Municipal 585, 585-1 e 585-2. 
Instituições: Grupo Desportivo, Rancho Folclórico, Escuteiros e Grupo de Jovens. 
Sande S. Clemente 
 Nas Inquirições de 1220, há cinco freguesias de Sande: S. Clemente, S. Lourenço, Santa Maria de Vila Nova deSande, S. Martinho e S. Martinho de Vila Nova. 
 O mais antigo documento a referir esta freguesia data de 1080. 
 Orago: S. Clemente. 
 No ponto mais alto da freguesia, Outinho (495 metros de altitude), situa-se uma capela onde é venerada Nossa da Saúde. 
 O rio Ave banha esta freguesia que tem ainda outros cursos de água de menor importância. 
 As duas vias rodoviárias mais importantes da freguesia são a Estrada Nacional 310 e a Estrada Municipal 1545-1. 
Instituições: Centro Social (IPSS), Rancho Folclórico. 
Sande S. Lourenço
 Como atrás se disse, nas Inquirições de 1220 é registada a existência de cinco freguesias de Sande. Esta é uma delas. 
 Orago: S. Lourenço. 
 Nesta freguesia, existe uma fonte com algum interesse – A fonte de Avis, mas o local de interesse histórico mais importante é o Castro de Sabroso. Este castro obriga-nos a entender que o local já era povoado antes da ocupação romana. 
 As duas vias rodoviárias mais importantes da freguesia são a Estrada Municipal 585 e a Estrada Municipal 585-3. 
Instituições: Rancho Folclórico e Grupo Desportivo.
-Sande S. Martinho
 Em relação a esta freguesia há um excerto do livro de Eduardo d’ Almeida, “Peregrinação ao Termo de 
Guimarães”, onde se faz referência à génese do nome “Sande” e a um mosteiro que existiu até meados do século XV, aspetos que nos dão a noção da importância e antiguidade de Sande S. Martinho. 
 O nome de Santhos, Sando deve ter origem germânica e aparece em vários compostos e derivados, tanto 
antropónimos como toponímicos. Em documento de 994 fala-se da Igreja fundada subtus mons autino (o monte Outinho), junto ao rio Ave, e denominada Ecclesia Sancti Martini Episcopi, a qual fora do Conde don Geton e de sua mulher Ledegundia. Concedida, depois, ao Abade Gondemino, sob cláusula de ficar, por sua morte, a sua filha Gondegeba (ou Gudegeba) e a sue marido Gudeste (ou Godesteo), a quem a comprou o Abade Aloito, e dela lhe fez petição a Condessa dona Gonzina (ou Gunzina), para a ceder, como fez, a Valasco Scemeniz, devendo ficar, por sua morte, ao Mosteiro, ao sacerdote ao frade ou soror “cui cura sit de anime nostre. 
 No século XVI, foi integrada nesta freguesia a de Santa Maria de Sever, documentada a partir das Inquirições de 1258. Por Decreto de 8 de agosto de 1823, D. João VI, criou o 1º barão de Sande o fidalgo e lente de Medicina (1788) João de Campos Navarros de Andrade (1761-1846). O 2º barão de Sande foi seu filho Navarro de Andrade Calmon da Silva Cabral (1827-1879) que teve descendência, mas o título não se renovou. Estes barões usavam as armas dos Freire 
de Andrade. 
 Nesta freguesia, há uma interessante lenda: a dos quatro irmãos. No lugar com o mesmo nome, pode ver-se o monumento funerário onde, segundo a lenda, repousam os restos mortais deles. Esse monumento está representado no escudo da freguesia. A lenda dos quatro irmãos consta na obra de Gentil Marques “Lendas de Portugal”, volume 1, do Círculo de Leitores, março de 1997. 
 A via rodoviária mais importante da freguesia é a Estrada Nacional 101. 
 Instituições: Corpo Nacional de Escutas, Fraternidade Nun’Álvares, Rancho Folclórico, Grupo Desportivo, Centro Paroquial. 
 A caraterização das freguesias, na atualidade, foi tentada através de inquéritos dirigidos aos estabelecimentos de educação /ensino e, ainda, às Juntas de Freguesia (ver quadros anexos). 
 A população desta área exerce a sua atividade profissional, principalmente, na indústria. O 
setor primário tem um número muito baixo de pessoas ligadas a este , verificando-se que uma percentagem significativa já desenvolve a sua atividade no setor terciário. 
 Da análise global dos inquéritos resulta que, embora sendo freguesias contíguas, existem grandes diferenças sob diversos ângulos em que se observem, sendo um enorme desafio para o AET atender às várias solicitações de cada uma destas células comunitárias.