História do Programa Eco Escolas no AET

03-06-2013 11:58

Maio 2013

O Programa Eco Escolas é um programa destinado fundamentalmente às escolas do ensino básico que pretende encorajar ações e reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido pela escola na melhoria do seu desempenho ambiental, gestão do espaço escolar e sensibilização da comunidade. Evidencia uma grande abrangência, entendida esta numa perspetiva multidisciplinar, que propõe e desenvolve as suas atividades e, simultaneamente, abraça outras ações ou dinâmicas desenvolvidas no agrupamento, às quais presta apoio.

Pretende estimular o hábito de participação e a adoção de comportamentos sustentáveis no quotidiano, ao nível pessoal, familiar e comunitário. Fornece uma metodologia, formação, enquadramento e apoio a muitas atividades que as escolas desenvolvem. Visa contribuir para a criação de parcerias locais na perspetiva de implementação da Agenda 21 Local.

A coordenação do programa:

a) Na escola, é efetuado pelos professores Coordenadores e pelo Conselho Eco Escolas;

b) A nível nacional pela ABAE (Associação Bandeira Azul da Europa) cuja coordenadora é Margarida Gomes, destacada pelo Instituto do Ambiente e Ministério da Educação;

c) A nível internacional pela FEE (Fundação para a Educação Ambiental).

O programa Eco Escolas obedece a uma metodologia própria constituída por sete passos obrigatórios:1 – Conselho Eco Escolas; 2 – Auditoria Ambiental; 3 – Plano de ação; 4 – Monitorização e Avaliação; 5 – Trabalho curricular; 6 – Divulgação à comunidade; 7 – Eco-Código.

Existem temas de base obrigatórios (Água, Energia, Resíduos) e pelo menos um tema do ano (ex: Floresta, Agricultura biológica, Oceanos, Biodiversidade, Aquecimento global, etc).

Caso a escola siga a metodologia proposta e realize atividades no âmbito dos temas base e tema do ano, poderá candidatar-se anualmente ao galardão que consiste numa Bandeira Verde, num certificado e na autorização de utilização do logótipo do programa nos documentos e materiais da escola.

Desde o primeiro ano de implementação do programa Eco Escolas em 2006, a coordenação do programa, a nível de escola, esteve a cargo da professora de Ciências Naturais, Ivone Antunes, exceto no ano letivo de 2011/12, que foi da responsabilidade da professora de geografia, Clara Maia. Os docentes Cláudia Vieira (Ciências das Natureza/Matemática 2º ciclo) e José Fonseca (C. Físico-químicas) têm integrado o Conselho Eco Escolas desde o início da sua implementação, colaborando com a coordenadora nas diversas fases do processo.

Ao longo desse período, foram arrecadadas seis bandeiras verdes e desenvolvidas diversas atividades como por exemplo: visitas de estudo, brigadas verdes, campanhas de sensibilização ambiental, recolha seletiva de resíduos diversos (papel, embalagens, rolhas de cortiça, óleos usados, pilhas, etc), elaboração de uma página Eco-Escolas na plataforma moodle do AET, auditoria ambiental e inquérito eco-escolas, brigadas verdes, campanhas de sensibilização dentro e fora da sala de aula , visitas de estudo, projeto escola eletrão, exposições, debates, entre muitas outras.

Ao fim destes sete anos de implementação do programa, é visível que a escola está mais ecológica, mais verde, mais bonita, mais limpa. O Programa Eco Escolas gerou uma dinâmica diferente na escola e contagiou toda a gente. Apesar de a Educação Ambiental ser uma temática prioritária na escola há muito tempo, com a implementação do Programa Eco Escolas, ganhou outra expressão e o desempenho ambiental individual e comunitário, foi certamente contagiado. De facto, regista-se uma melhoria do desempenho ambiental da comunidade escolar, constatada através da evolução dos resultados da Auditoria Ambiental e do Inquérito Eco Escolas, realizados anualmente. É visível um envolvimento crescente e uma maior participação da comunidade escolar nas diversas atividades implementadas. A adoção de hábitos ecológicos reflete-se em diversos momentos da vida da escola através de uma mudança de comportamentos como, por exemplo: na crescente recolha seletiva de resíduos; na utilização mais racional de recursos naturais (energia, papel, água); no embelezamento e preservação dos espaços exteriores da escola; na utilização do correio eletrónico como via principal de comunicação inter-pares; no número crescente de alunos e funcionários que partilham boleias ou que se deslocam de bicicleta ou a pé para a escola; na preferência atribuída ao formato em suporte digital para partilha e arquivo de documentos; na participação das famílias nas campanhas ambientais, entre muitos outros.

Cientes da importância já alcançada com este projeto, os coordenadores garantem que a essência do mesmo, ou seja, o desempenho ambiental, a consciência ecológica e a gestão sustentável dos recursos naturais, impõe, de forma continuada, novos procedimentos, novas atividades e novos objetivos, considerando que é preciso continuar a insistir na mudança de mentalidade, na eliminação progressiva de comportamentos de resistência e na divulgação da adoção de práticas sustentadas de hábitos ecológicos. Em face disto, o projeto propõe um conjunto de atividades dirigidas a várias disciplinas/áreas disciplinares, às quais presta apoio, onde os alunos se ajustam às mesmas, tornando a população-alvo bastante flexível, sem a rigidez de funcionamento de um clube. Esta opção tem-se revelado bastante acertada na medida em que consegue abranger uma população mais ampla, uma maior participação e envolvimento dos intervenientes, resultados mais significativos e, sobretudo, uma maior disseminação desses mesmos resultados e das práticas adotadas.

Como foi referido, uma das mais-valias deste programa reside no apoio estratégico que pode fornecer a outros projetos, ações ou atividades que estão a ser desenvolvidas na escola. Sem os capturar, os coordenadores salientam que o grande objetivo é promover, através de uma articulação próxima, uma maior integração das atividades, tornando-as mais relevantes, dotando-as de metodologias adequadas e promovendo-as na comunidade. Este tipo de procedimento tem encontrado algumas dificuldades de implementação devido a resistências internas várias.

Do plano constam procedimentos de avaliação e de monitorização obrigatórios que servem de referencial ao desenvolvimento das atividades e dão indicações quanto ao desenvolvimento do projeto. A divulgação e informação sobre atividades desenvolvidas é efetuada por diversos meios que permitem publicar os resultados do trabalho concretizado. São publicadas notícias e participações em:

- página Eco-escolas na plataforma moodle do AET em https://www2.nonio.uminho.pt/aetaipas/course/view.php?id=90  (neste momento em construção devido à mudança de plataforma)

- blogue nacional Eco-escolas em https://eco-escolas-portugal.blogspot.pt/ ,

- plataforma Eco-Escolas nacional (https://www.abae.pt/EcoEscolas/)

- jornal da escola “O pequeno jornalista” em https://www.eb23-caldas-taipas.rcts.pt/JornalOnline1011/

O site oficial do programa Eco Escolas é https://www.abae.pt/programa/EE/inicio.php

Muito mais poderia ser feito mas o tempo disponível é escasso.

A implementação do programa implica trabalhar de forma permanente na planificação, realização, monitorização e avaliação de atividades. Na verdade, este projeto assenta num programa bastante exigente e burocrático que requer uma série de procedimentos formais, nomeadamente, o constante preenchimento de formulários, a atualização permanente da plataforma nacional, sendo indispensável a dedicação de muito tempo para levar a cabo todas as tarefas necessárias.

A nível curricular, são abordadas diversas temáticas e planeadas atividades direcionadas para várias disciplinas, entre as quais, Geografia, Ciências Naturais e da Natureza, Ciências Físico-Químicas, Matemática, Educação visual, Educação tecnológica, Oferta complementar, esta última surgindo como compensação das anteriores áreas curriculares não disciplinares de área de projeto e formação cívica, nas quais se levavam a cabo diversas atividades do Programa Eco Escolas.

O Programa Eco escolas é um símbolo de qualidade para a escola à semelhança das bandeiras azuis atribuídas às praias e, como tal, deve dar-se continuidade ao programa, dada a mais-valia para os alunos, a escola e toda a comunidade escolar.

Por um ambiente melhor!